quarta-feira, 25 de junho de 2008

Cavaleiros da Paz Declamam Versos Gaúchos

Em cada ronda da vida

tive um pingo de lei

montado sou como um rei

pelo garbo e pelo entorno

cavalo pra mim é um trono

e nesse trono me criei

de piazote eu encilhava

um peticito faceiro

que era cria de um oveiro

e de uma éguinha bragada

era da cor da alvorada

o meu petiço luzeiro

rosado como as manhãs

do pelo da própria infância

mascando o freio com ânsia

parece que até sorria

chamava-se fantasia

e era flor aqui da estância



Já mocito, meu cavalo

era um ruano ouro nas crinas

que foi dingue das chinas

e eu chamava o sedutor

fazia o jogo de cor

com o reflexo da aurora

nos cabrestilhos da espora

e nos flecos do tirador

naqueles tempos de cuera

nos bolichos aos domingos

muitos me viram pachola

com um laço a la bater cola

e virando o balcão de gringo



Meu cavalo de guerra

chamava-se Liberdade

sumi com tanta saudade

me alvoroça o coração

era um ouro fanfarrão

crioulo da própria marca

e eu ia como um monarca

na testa do esquadrão

e numa batalhas das feias

como aquela do Seival

o mesmo que um temporal

rolamos por um lançante

e até o próprio comandante

ficou olhando o meu bagual



Homem feito e responsável

o meu flete é um tostado

tranco macio bem domado

êta pingo macanuda!

desses que servem pra tudo

segundo o velho ditado

bem amestrado na lida

e um andar de contradança

de freio um balança

campeiro solto de pata

gaúcho, mas sem bravata

e eu batizei de Confiança



E o cavalo que eu encilho

nesta quadra da existência

dei-lhe o nome de Experiência

é um picaço de bom trote

e levando por diante o lote

rumbeio a Eterna Querência

e assim vou descambando

ao tranco sem escarcéu

sempre tapeando o chapéu

por orgulho de gaúcho

mas, se Deus me permite o luxo,

entro a cavalo no céu!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Tradição
Tradição é o todo que reúne em seu bojo a história política, cultural, social e demais ciências e artes nativas, que nos caracterizam e definem como região e povo. Não é o passado, fixação e psicose dos saudosistas. É o presente, como fruto sazonado de sementes escolhidos. É o futuro, como árvore frondosa que seguirá dando frutos e sombra amiga às gerações do porvir. Como diz Hélio Rocha em sua belíssima página:“Tradição não é simplesmente, o passado.O Passado é um marco. A Tradição é a continuidade.O Passado é o acontecimento que fica. A Tradição é o fermento que prossegue.O Passado é a paisagem que passa. A Tradição é a correnteza que continua.O passado é a mera estratificação dos fatos históricos já realizados.A Tradição é a dinamização das condições propulsoras de novos fatos O Passado é estéril, intransmissível.A Tradição é essencialmente, fecundadora e energética.O passado é a flor e o fruto que findaram. A Tradição é a semente que perpetua, O Passado é o começo, as raízes. A Tradição é a seiva circulante, o prosseguimento., O Passado explica o ponto de partida de uma comunidade histórica. A Tradição condiciona o seu ponto de chegada. O Passado é a fotografia dos acontecimentos. A Tradição é a cinematografia dos mesmos. Enfim TRADIÇÃO É TUDO AQUILO QUE DO PASSADO NÃO MORREU.”


eu amo essa

bandeira

Meus desassossegos sentam na varanda,
pra matear saudade nesta solidao,
cada por de sol,
doi feito uma brasa,
queimando lembranças,
no meu coraçao.
Vem a noite aos poucos,
alumiar o rancho,
com estrelas frias,
que se vao depois,
nada é mais triste,
neste mundo louco,
que matear com a ausencia,
de quem já se foi.
que desgosto o mate,
cevado de mágoas,
pra quem nao se basta,
pra viver tao só,
a insônia no catre,
vara a madrugada,
neste fim de mundo,
que nem deus tem dó.
Entao me pergunto,
neste desatino,
se este é meu destino,
ou deus se enganou,
todo desencanto,
para um só campeiro,
que de tanto amor,
se desconsolou.
Eu vou cevar um mate gordo de esperança
Com a erva verde do verde do teu olhar
Tomar um trago bem graúdo
E preparar tudoPara te esperar
E o meu rancho que era escuro de saudade
Eu vou fazer uma pintura de alegria
Para te impressionar e te agradar
Se tu voltar guria
Eu fiz promessa pro negrinho
Eu fiz promessa pro negro do pastoreio
Levei fumo em rama e um gole de canha
Como oferenda
Só pra ele me ajudar
Só pra ele me ajudar a encontrar um meio
E um laço forte pra que eu te prenda, prendaOh!oh!oh!
E então sem mágoa
Posso até sentir o que virá depoisOh!oh!oh!
Vou esquentar a água e feliz servir
Um mate pra nós dois.
essa musica foi muito especial pra mim
pois foi a minha musica do meu baile de debutantes...
José Mendes - Esmeralda José Mendes
Valsa
Minha Esmeralda tão verde, mais verde do que as olivas
Neste mundo chimarrão, tu es doce e terna nativa –
Campos, colinas e serras, iguais não verei jamais
Sou ébrio da minha terra nas taças dos pinheirais.
Minha saudade galopa nos bosques cheios de flores
Ao despertar grandes tropas nos campos dos meus amores
Esmeralda, Esmeralda
Berço verde de esperança
Esmeralda, Esmeralda
Pra ti serei sempre criança.
Morena formosa tão linda dos olhos de um verde sem fim
Iguais as paisagens da terra, meu bem querer é assim –
Eu levo um destino gaudério, deixando horizontes pra
traz
Carrego um sonho comigo: Um ranchinho, teu amor e nada
mais.
Minha saudade galopa nos bosques cheios de flores
Ao despertar grandes tropas nos campos dos meus amores